domingo, 6 de abril de 2014

No conforto da touca ou quando a memória nos invade



Na passada sexta-feira entrei e fiquei na cidade sete do Utopias 2014.Chamava-se a cidade "Traços com que me escrevo"...

Era o tempo que passava sobre Janes.Era esse o seu nome como poderia ser outro qualquer.Talvez fosse noite.Ou fim de tarde.Um momento.Aquele em que o cansaço invade o corpo.Por isso Janes ou outro nome qualquer se reclinou sobre a mesa e apoiou a cabeça no braço.A memória invadiu-a.Fechou os olhos.Foi,então,que  lembrou o seu tempo de menina.Quando tudo lhe era ensinado.Quando estranhamente,algumas "coisas" que tinha aprendido lhe eram posteriormente proibidas.Tinha começado a entender que a espontaneidade tem limites.As regras.Aceites.Recordou ,também,,a sua adolescência.O encontro.O seu primeiro amor.O  seu primeiro beijo.As recomendações.As proibições.limitações que lhe condicionaram o futuro.Queria ser artista.Mas o que é isso?um sonho louco de alguns.Uma verdadeira utopia.Pediu uma tela e tintas.Pincéis,não.Com os dedos desenharia e daria cor às suas formas e expressões.Não!Não!Não!Palavras que ecoavam pelo espaço.Em todo.E o seu sonho desfez-se num casamento contrato onde o amor tinha ficado de fora.Nasceram filhos.Dois.Nasceram,simultaneamente, obrigações.Como lhe diziam.Conheceu a conformação.Até olhar o espelho e ver o seu cabelo todo branco.Um dia, veio com um neto à Casa das Histórias.Olhou o quadro no "Conforto da touca".E resolveu contar as memórias de Jane ou de outro nome qualquer.