quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Não sei falar de mim

Isto vem a propósito de uns textos que tenho andado a ler.


 Não me vejo. A imagem do espelho deve ser parecida.Só parecida comigo.Quando olho outra pessoa é que tenho a certeza que nunca me verei.Como todos nascemos e morremos sem esta tão simples oportunidade. Aqui ficamos pelo aspecto físico.O corpo sem alma é inerte e inexpressivo pronto a transformar-se noutra matéria.Essa transformação tem vindo a ser alterada pelos hábitos sociais, pelas crenças,por muitos motivos que a Sociologia se não explica,quantifica.Da o mumificação à cremação.Passaram séculos .Caiu o silêncio
 Seremos o que julgamos ser? Acredito que não.
 Falamos de emoções,de afectos e não-afectos
 de amores encontrados ,uns,perdidos ,,outros
de culpa e de erros (pouco)
de conquistas grandes,de coragem
de fraqueza(raramente)
de lágrimas que esperam aplausos ou consolação
que a lágrima sentida secou pela dor
da saudade contente e da saudade triste
que a saudade autêntica é muda
das recompensas com caixas de chocolates
dos amigos que não são amigos
que os amigos a sério não  são tema de conversa
do trabalho que gostamos
do que gostariamos e não realizamos
de alguns sonhos(fantástico!)
de perdas (pequenas),de desilusões
Falamos muito.Demais.Sem dizer  coisa alguma.
Pedimos ajuda à memória
e a lista vai-se alargando...
Então?
Seremos apenas um "eu"'?
Ao longo da vida somos o que os outros dizem que somos.
Oh ,pá eu conheço-o/a muito bem
Como ninguém!
e assim cada um
 se multiplica.

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